Namorar depois da deficiência física


“Paquerar depois da deficiência física é um bom treino para melhorar a autoestima. Mesmo que você encarne um cara descolado, cheio de charme, com bom papo e com uma aparência sedutora, terá que aprender novas estratégias para “atrair sua caça”. [...] Para chegar às pessoas antes do preconceito, temos que surpreendê-las, arrebatá-las, tirá-las de seu cotidiano, fazê-las sentir prazer em conversar, em estar perto de uma pessoa, mesmo que esta pessoa se locomova diferente dos outros.”

Este trecho foi retirado de um livro que considero de indispensável leitura para quem é cadeirante ou para quem deseja se relacionar com um. A revolução sexual sobre rodas – conquistando o afeto e a autonomia, de Fabiano Puhlmann, é um livro que vale a pena estar na sua biblioteca!

Fabiano é psicólogo, psicoterapeuta e especialista em pessoas com deficiência e sexualidade, entre muitas formações e títulos de grandes universidades ele tem também o maior dos cursos e formações: a experiência! Ele ficou tetraplégico aos 17 anos e retomou sua vida na totalidade. Mais sobre Fabiano Puhlmann http://revistareacao.com.br/website/Edicoes.php?e=92&c=925&d=0

O livro tem a intenção de diminuir o medo, a vergonha e o isolamento afetivo e sexual a que muitos deficientes físicos se condenam, esclarece as principais dúvidas sobre tratamentos, recursos e atitudes importantes para que o deficiente físico possa se permitir uma vida de sexualidade livre e prazerosa mesmo depois da deficiência.

E da mesma forma que pode ajudar a pessoa com deficiência, ele mostra às pessoas que estão ao seu lado muitos aspectos importantes na compreensão das atitudes e da vida de quem convive diariamente com limitações e dificuldades. O livro trata de todo o “pacote” da deficiência física, porque as pessoas somente conhecem aquilo que pode ser visto, a cadeira de rodas, mas não sabem de tudo que vem com uma lesão medular, ou com qualquer outra das causas de uma deficiência.

Na minha reabilitação, um dos pontos mais importantes da redescoberta do sexo depois da lesão, foi a troca de experiências com outras pessoas que viveram situações iguais a minha. Eu era casada antes do acidente que sofri, mas da mesma forma precisamos nos redescobrir, eu e meu parceiro para que pudéssemos nos adaptar a esta nova vida.

Nunca vou me esquecer do primeiro encontro para falar sobre o assunto tão esperado. Éramos três meninas, casadas, eu e uma amiga com o mesmo tempo de lesão, 5 meses e a outra, com mais tempo e vasta experiência. Na tal reuniãozinha ela nos revelou que “a coisa” havia melhorado muito e que ela sentia muito mais prazer no sexo atualmente do que antes de ficar paraplégica! Saímos dali empolgadíssimas para fazer o teste!

Ouvi muitas histórias bacanas, de pessoas que se realizaram sexualmente depois da lesão, meninos que usavam a cadeira de rodas como “atrativo” às meninas e por isso conseguiam chamar mais a atenção delas do que antes, histórias de casais cadeirantes e muito mais; mas o que realmente chama atenção em todas elas é que independente dos altos e baixos da vida, nenhum deles se achava vítima de uma situação, todos eles viraram o jogo utilizando e valorizando tudo aquilo que tinham de melhor, suas potencialidades para seguir em frente, sem olhar pra trás.

Para quem pode pensar que estamos fazendo uma propaganda deste livro, engana-se, fazemos sim é passar adiante algo que já foi útil para nós e pode sê-lo para alguém mais!

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