Eliana Accadrolli a cadeirante de 80 cm


Eliana Accadrolli, tem 38 anos, 80 cm, é formada  Bacharel em Administração de Empresas, trabalha no Sistema Fiergs. Atualmente reside na cidade de Garibaldi-RS. É palestrante há mais de 15 anos, onde conta a  sua história de superação e como lidar com o preconceito, entre outros assuntos pertinentes a questão. 
Como “aconteceu” e o por que esta na cadeira de rodas?
Osteogênese Imperfeita, conhecida popularmente como ossos de vidro, ou seja, os ossos não possuem cálcio ficando porosos expostos a fraturas constantes, hoje felizmente a doença está estabilizada, porém ainda tenho osteoporose acentuada. A doença surgiu desde meu nascimento quando já nasci com os membros inferiores e superiores com fraturas. Minha família não estava preparada pra me receber com esta deficiência, principalmente a minha mãe, mas ela foi se moldando a minha realidade pra me cuidar e dar o melhor pra mim. 

O que você adora fazer? 
Adoro conversar com pessoas, ouvir música num tom baixinho, um dos meus maiores prazeres da vida é comer e meu prato preferido é comida italiana: polenta, feijão carne, massa, enfim.... Gosto muito de ajudar as pessoas que de mim se aproximam, gosto de visitar as pessoas principalmente se estiverem doentes. Gosto de participar de grupo de orações, ajudar nas comunidades, enfim sou uma pessoa disposta a melhorar o mundo. 

Quais seus pontos positivos e negativos? 
Pontos positivos: sou muito determinada, luto pelos meus ideais, conquisto meus sonhos com o suor do meu trabalho e jamais me considero inferior a ninguém e não uso a minha deficiência pra compadecer ninguém. 

Pontos negativos: ser muito perfeccionista, esperar demais dos outros, intolerante.




Você é uma cadeirante ativa, você trabalha e se formou qual conselho poderia dar para uma pessoa que esta reclusa?
Logo aos olhos de Deus somos perfeitos, porém a mídia tem um padrão de pessoas 
praticamente desenhado, então aos olhos da mídia somos extremamente fora do padrão. Cada ser humano, independente de ser deficiente ou não vem ao mundo com uma missão e um propósito, no entanto, devemos vive-la da melhor forma e tendo Deus sempre no comando, pois não é por acaso que nascemos deficientes, certamente onde estamos inseridos e as pessoas com quem convivem conosco tem muito aprender. Sabemos que ninguém está livre de um dia estar numa cadeira de rodas ou outra deficiência adquirida ao longo da vida. “Os limites das pessoas não são físicos”, na sua maioria são psicológicas ou impostas pelo preconceito da sociedade. Para o deficiente qualquer coisa que conseguimos realizar acaba por ter um gosto de vitória, seja na vida profissional, seja nos esportes, seja na nossa vida social, amorosa, enfim tudo pra nós tem um sabor diferente das conquistas.  Que nunca devemos desanimar, Deus nos criou a imagem e semelhança Dele.

Quais os maiores problemas que você encontra em seu dia-dia? 
O maior problema é o preconceito das pessoas e da sociedade em geral, mas também o que mais me causa problema é a falta de acessibilidade.

Tens alguma situação de preconceito que gostaria de nos contar? 
Quando estava fazendo meu Trabalho de Conclusão na Faculdade, mandei meu currículo para varias empresas e nenhuma aceitou, pois as mesmas argumentavam que não empregariam pessoas com deficiência.

Agora é sua hora, você tem a possibilidade, de deixar um recado para todas as pessoas preconceituosas.  Que recado você deixa para elas?       
Não tenho direito de poder julgar o pensamento de ninguém, porém ninguém esta livre de se tornar um deficiente. Porém temos que começar olhar as pessoas com os olhos de Deus e não com olhos da humanidade e nem da mídia.



Na sua opinião, hoje em dia as empresas promovem, inclusão ou preenchimento de cotas? 
Temos as duas situações, mas na grande maioria somente se cumpre cota. Para se ter um deficiente incluso tem que primeiro inseri-lo como um funcionário produtivo sim, porém com limitações, não podemos exigir dele aquilo que não pode dar. Segundo precisa ser preparado o ambiente e as pessoas para dividirem o espaço com o deficiente, pois nós deficientes e nisso me incluo também temos que provar a nossa capacidade de trabalho todos os dias, e com demais funcionários isso não se exige.

Que pessoas que merecem ser lembradas em sua vida? 
Meus pais em especial a minha mãe que hoje se encontra junto de Deus, mas ela não mediu esforços em me dar o melhor dela mesma para que eu me tornasse uma pessoa feliz. Torcia muito pelo meu sucesso e com certeza de onde estiver continua zelando por mim e pelo meu esforço. A minha família em especial a todos os meus sobrinhos em especial ao Adelar Zago, Vanessa Draghetti e Eduardo Accadroli, por sempre me apoiarem na vida e por me amarem incondicionalmente. Gostaria de registrar minha gratidão ao meu afilhado Pedro Elias Zago por ser a razão do meu viver, me dá força e coragem de continuar minha caminhada.

Deixo meu contato para quem desejar ouvir e presenciar meu trabalho: e-mail: eliana.accadrolli@yahoo.com.br


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