Quantas vitórias!


Dando continuação ao tema esportivo PARAPAN 2015, pra mim foi um orgulho tremendo ver meus amigos com medalhas no peito! Senti orgulho daqueles que convivi por várias internações no Sarah e por vários momentos fora de lá.
Mas também me orgulhei de todos aqueles que não conheço, que se superaram e levaram o nome do nosso país, tão judiado e sofrido  nos últimos tempos, ao TOPO, superando as potências e principalmente superando todas as dificuldades enfrentadas no dia a dia desse povo valente que é o brasileiro!

Entristeço-me de não ter conseguido assistir ao vivo às conquistas, a cobertura é pouca e não passa na TV aberta. Mesmo tendo a TV por assinatura quase não consegui assistir; infelizmente a DEFICIÊNCIA não dá IBOPE e ficamos no escuro; poucos sabem, pouco interessa e assim funciona, infelizmente!

Pouco pude ver dos recordes quebrados, pódio triplo dominado pela bandeira brasileira e nosso hino, que foi tocado TODOS OS DIAS! Veja mais em: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2015-08/brasil-termina-parapan-em-primeiro-lugar-com-257-medalhas-109-de-ouro

É interessante ver que um país como Brasil, onde a acessibilidade é rara, as oportunidades poucas e a conscientização ainda muito longe do ideal, tenha conseguido a façanha de ter mais que o dobro de ouros, 109 medalhas, que o segundo colocado, Canadá, com 50 ouros, e o terceiro EUA, com 40. Estes países superam, sem comparação, o Brasil nas questões inclusivas do dia-a-dia, mas eles não têm uma coisa que faz o Brasil tão superior neste quesito, o processo de reabilitação que a grande maioria destes 272 atletas que estavam disputando medalhas no Parapan tiveram a oportunidade de viver.  


O Brasil, com um dos melhores centros de reabilitação do mundo, a Rede Sarah, trabalha com as potencialidades das pessoas que sofrem acidentes e adquirem uma deficiência ou que nascem com ela. O trabalho, totalmente gratuito, visa aquilo que a pessoa pode fazer, usando adaptações ou não, e através disso superando suas deficiências e seus limites, já nestes outros países tão desenvolvidos e que oportunizam mais inclusão, tratando-se de barreiras físicas, o foco está na deficiência e não além dela.


Eu, por experiência própria, tive oportunidade de conhecer e tentar diversos esportes. Infelizmente não tenho a veia esportiva e não dei continuação a eles, mas com toda minha dificuldade, inclusive nos membros superiores e de tronco, fazia: bocha, canoagem, tênis de mesa, natação e por aí a fora. Dessa forma todos meus amigos medalhistas descobriram que poderiam, através do esporte, vencer seus limites muito além do esperado.

Assim, tiro meu chapéu, bato palmas, choro de emoção e vibro pelo meu país que tem algo de bom em meio a tantas decepções, pelos meus amigos vitoriosos e por todas as pessoas com deficiência que conseguem “viver” com orgulho do que fazem e escrevem nossa história de vitórias!


E que venha as Olimpíadas de 2016!

Conheça e explore um pouco os acontecimentos do Parapan Toronto 2015: http://www.brasil2016.gov.br/pt-br/toronto-2015/capa-parapan-toronto-2015



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